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... onde está a minha esperança?


Se eu souber onde mora a minha esperança, terei razões para viver e razões para morrer. E a vida ficará bela mesmo no meio das lutas. Sei muito bem onde minha esperança não está. Não está nos pobres, não está nos movimentos populares, não está no povo. Não está também na elites, sejam ricos ou doutores, intelectuais ou empresários. Não está em partido político algum, de direita ou de esquerda. E nem nos poderes legislativo, executivo, ou judiciário. Também não está nas igrejas nem nos movimentos religiosos. Não coloco minha esperança em coisa alguma que seja definida por categorias sociais. Olho para todas elas com profundo desinteresse. Jamais comprometeria a minha vida com qualquer delas. Onde está a minha esperança? Numa multidão de indivíduos, independentemente do seu lugar social ou econômico, que vivem possuídos pelo sonho da vida, da beleza e da bondade. 

A esperança de Camus estava no mesmo lugar que a minha: “Já se disse que as grandes ideias vêm ao mundo mansamente, como pombas. Talvez, então, se ouvirmos com atenção, escutaremos, em meio ao estrépito de impérios, e nações, um discreto bater de asas, o suave acordar da vida e da esperança. Alguns dirão que tal esperança jaz numa nação; outros, num homem. Eu creio, ao contrário, que ela é despertada, revivificada, alimentada por milhões de indivíduos solitários, cujos atos e trabalho, diariamente, negam as fronteiras e as implicações mais cruas da história. Como resultado, brilha por um breve momento a verdade, sempre ameaçada de cada e todo homem, sobre a base de seus próprios sofrimentos e alegrias, constrói para todos”

rubem alves

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(caio f. abreu)

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